quinta-feira, 12 de julho de 2007

Eu acredito nos riffs

Eu não gosto de Junho nem de Julho. O argumento astrológico (para quem acredita) é que esses dias antes do aniversário marcam o que chama-se de inferno astral, período de turbulências lá nos astros que acabam afetando nossas vida.

Baboseria ou não, eu nunca gostei muito de Junho e nem de Julho. Sério, acho que percebi isso com uns 14 ou 15 anos, e fez tanto sentido que coloquei essa conclusão num daqueles pedestais imaginários de grandes certezas pessoais que a gente às vezes tira do armário para exibir ou consolar.

As últimas semanas, te digo, não foram nada fáceis. Muita coisa aconteceu, muita coisa mudou e eu ainda estou tentado me acertar nesse novo traçado de algumas áreas da minha vida. Há muita coisa a resolver, e eu nem sei por onde começar.

Mas eu me conheço o suficiente para saber que surtar agora não é uma idéia bem vinda. Pelo contrário, Foco, meu caro, a apalvra de ordem é Foco. E lucidez.

Sorte que eu ainda tenho o rock para me por no caminho certo. Como só ele é capaz, o rock é uma das poucas coisas que conseguem trazer um pouco de estabilidade. Não sei se me faço compreender, mas sabe um daqueles dias atolados de outros pequenos problemas em que você chega em casa tão cansado que tudo que você queria era um prato de qualquer comida e um colchão fuleiro? Aqueles dias caóticos em tudo o que você procura é um pouco de estabilidade que te faça abstrair, ou melhor, colocar em perspectiva todos os grandes problemas? E de repente você se depara com um disco de rock, cheio de riffs e me melodias ganchudas e letras que mesmo que obviamente não sejam feitas para você acabam sendo feitas para você.

É aí que está um dos grandes trunfos do rock. Essa capacidade de te por de pé, de te fazer olhar no espelho e pensar "você consegue, garotão". Tudo na capsula de um bom riff de guitarra.

Poucas sensações são melhores do que chegar em casa, ligar o computador, baixar um disco novo e descobrir que aqueles minutos de download valeram muito a pena e se deleitar com novos riffs, novas melodias, novas tiradas espertas.

Na verdade, todo esse texto é por causa desses efeitos provocados pelo segundo trabalho dos gaúchos do Superguidis, "A Amarga Sinfonia Do Superstar". O título do post vem de "Riffs", faixa escondida que encerra o disco. E que disco! São rocks fodidos, cheios de bons riffs e letras espertas, com tiradas mais espertas ainda. O álbum de estréia prometia, mas nem nas minhas melhores especulaçóes eu esperava tanto deles.

"A Amarga Sinfonia Do Superstar" é fácil um dos discos do ano. E melhor que isso, ele é o MEU disco de agora, desse momento, desse feeling. Aquela faísca de estabilidade espontânea que eu tanto busco na música.

Por isso, obrigado, muito obrigado meu querido rock n' roll.

Um comentário:

Lidiana de Moraes disse...

Eu sou gaúcha e demorei a ouvir Superguidis! Que pena...
Mas pensando positivo: antes tarde do que nunca! Só não entendo como alguém escolhe o Pink Floyd e deixa o Kinks!
Vou lá brincar com meu cachorrinho ainda sem nome hehehe!