domingo, 30 de setembro de 2007

Festival Do Rio: "Antiga Alegria", "Cashback", "A Via Láctea", "Império dos Sonhos", "O Expresso Darjeeeing", "Em Paris"

"Like A Virgin" caiu e "Paranoid Park" foi reagendado para segunda-feira.

- "Antiga Alegria" (Kelly Reichardt, 2006) - Nota: 6,5
A impressão que dá quando a tela escurece e o título orginal do filme toma o grande retângulo escuro é que apesar de ser exibido como tal, "Antiga Alegria" não é cinema. "Antiga Alegria" é uma canção folk filmada. Uma dessas que a aMérica nos dá em profusão. Poderia até ser escrita por Will Oldham (conhecido também como Bonnie "Prince" Billy), que intepreta um dos personagens. Mesmo que os 76 minutos sejam prazerosos, a história contada neles não se encaixa na tela grande. É pequena demais, sengela demais, particular demais. Perfeita, para uma folk song.

- "Cashback" (Sean Willis, 2006) - Nota 8,0
"Cashback" é uma comédia romântica estranha. Tem mocinho, mocinha, conflito, citações de cultura pop bem encaixadas, e, claro, tem final feliz. Mas o personagem principal é um insône, que consegue parar o tempo. E a mocinha é a caixa do supermercado onde se passa a maior parte do filme. E o filme não chega a explicar por que o cara consegue parar o tempo e porque ele perde a capacidade de dormir. E também não chega a desenvolver a relação entre os protagonistas, tudo acontece sem mais explicação. Mas é divertido, dá esperança (como uma boa comédia romântica deve dar) e é extremamente bem filmado nas cenas em que o tempo pára.

- "A Via Láctea" (Lina Chamie, 2007) - Nota: 9,0
É um filme-poesia. Se compromete muito pouco com a linearidade e te ganha por isso. Merece ser revisto quando chegar ao circuitão.

- "Império dos Sonhos" (David Lynch, 2006) - Nota: 8,0
Nem quem (diz que) entendeu os outros filmes de Lynch vai conseguir encarar "Império dos Sonhos" e sair perfeitamente normal da sala de cinema. Filmado todo em digital, o filme manda qualquer idéia de se contar um história (a primeira meia hora até tenta) às favas e delira ( e apavora) por quase 2h30 de projeção. Instigante, no mínimo.

- "O Expresso Darjeeing" (Wes Anderson, 2007) - Nota: 9,5
É o melhor filme Wes Anderson. Tem todas as boas características de seus outros filmes (o humor nerd, os personagens excêntricos, as citações de cultura pop, o mesmo grande time de atores, a fotografia colorida e inusitada), só que no caso tudo é bem amarrado e menos forçado do que nos seus outros filmes. E ainda tem o tão falado curta "Hotel Chevalier" com Natalie Portman nua de aperitivo.

- "Em Paris" (Christophe Honoré, 2006) - Nota: 4,5
É ligeiramente divertido. E só. O filme se perde várias vezes nunca história pequena demais para se perder.

Próximos: "4 Meses, 3 Semanas e 2 Dias", "Controle, a história de Ian Curtis" e "Paranoid Park"

quarta-feira, 26 de setembro de 2007

Festival do Rio: "Sonhando Acordado" (de novo) e "Annie Leibowitz: Vidas Retratadas"

- "Sonhando Acordado" (Michel Gondry, 2006) - Nota: 9,75
Acabei vendo de novo com uns amigos e achei ainda melhor. Sim, é (quase) tão bom quanto "Brilho Eterno de uma Mente Sem Lembranças". Uma resenha mais aprofundada (e merecida) é possível por aqui.

- "Annie Leibovitz: Vidas Retratadas" (Barbara Leibovitz, 2007) - Nota: 8,5
Não sou muito fãs de documentários e acho difícil classificar o gênero como cinema (talvez televisão, jornalismo ou algo do tipo), porém, não há como negar a beleza deste sobre a grande fotógrafa da Rolling Stone (e depois Vanity Fair, Times e Vogue). Claro que bastante dessa beleza é devido às beles imagens de Annie Leibovitz que ilustram os depoimentos e a entrevista com a fotógrafa. O bônus é ver a produção de um ensaio para a Vogue durante as filmagens de "Maria Antonieta" (de Sofia Coppola) com os astros Kirsten Dunst e Jason Schwartzman.

Próximos: "Antiga Alegria", "Cashback" e "A Via Láctea"

domingo, 23 de setembro de 2007

Festival do Rio: "Shortbus", "Garçonete" e "Onde Andará Dulce Veiga?"

- "Shortbus" (John Cameron Mitchell, 2006) - Nota: 7,5
Não era minha intenção ver esse de início (o plano era ver "Nome Próprio", que foi fechado para convidados). Acabei encaixando esse, e por mais que todo aquele sexo explícito projetado na tela pudesse, o diretor foi inteligente o suficiente para usar esse excesso como um meio e não como um fim. Aquelas pessoas estão frustradas com tudo, e o sexo é uma dessa coisas. Claro que lá pelo meio do filme cansa um pouco, chegando a ficar gratuito, mas é um grande filme por saber usar o sexo não apenas como um elemento pra chocar, como na maioria dos filmes americanos.


- "Garçonete" (Adrienne Shelly, 2007) - Nota: 1,0
O filme está sendo vendido (junto com vários outros) como o novo "Little Miss Sunshine", numa tentativa de repetir o sucesso daquela peróla que encantou a todos anos passado e só não levou o Oscar pela monstruosa dívida que a Academia tinha com Scorcese. Mas então, é o novo "little Miss Sunshine"? Não. Nunca. Nem a pau. O filme é uma típica fábula hollywoodiana, com final feliz e edificante, uma mocinha bonitinha e sofredora, além uma trilha sonora que deixa muito a desejar. Só faltou a Julia Roberts, a Meg Ryan ou uma similar mais jovem. Salvam-se alguns poucos diálogos (ácidos e quase-engraçados) e todas as cenas que aparecem tortas que dão uma fome de doer a barriga. No mais, passe bem longe quando chegar aos cinemas.


- "Onde Andará Dulce Veiga?" (Guilherme de Almeida Prado, 2007) - Nota: Zero
Constrangedor. Caio Fernando Abreu está se torcendo no túmulo. Não que eu seja um daqueles que acha abominável qualquer adaptação de literatura para cinema, mas o que fizeram nesse caso é coisa de mandar prender, contar as duas mãos e furar os dois olhos. Transformaram uma grande história sobre solidão, num noir de quinta, só que ao invés do preto e branco, a nossa retina é distraída por uma direção de arte e fotografia que parece saída de um especial da Globo, ou um daqueles filmes da Xuxa do começo dos anos 90 ("Xuxa contra o baixo-astral", lembra?). Eriberto Leão prova que só serve como escada em alguma novela do Carlos Lombardi, além de usar uma versão piorada do cabelo do Tom Hanks em "Código da Vinci" (imagine isso!). Carolina Dieckman até se esforça pra se desvencilhar da imagem pura e cândida que ganhou na TV (ela cheira, fuma, injeta heroína, paga peitinho, 'canta' punk,e outra coisas 'radicais'), mas é só mais uma bonitinha e ordinária do horário nobre. O final do filme é um estupro brutal à obra. É tão constrangedor, mas tão constrangedor que é difícil de descrever. Enquanto no original, o personagem vai embora, sozinho, refletindo sobre a própria solidão, no filme há um musical com o mocinho beijando a mocinha debaixo da chuva. Cuidado Manoel Carlos, você está sendo roubado!


Próximos: "Sonhando Acordado" (de novo) e "Annie Leibovitz: Vidas Retratadas"

sexta-feira, 21 de setembro de 2007

Festival do Rio: "Sonhando Acordado" e "I'm a Cyborg, but that's Ok"

- "Sonhando Acordado" (Michel Gondry, 2006) - Nota: 9
Lembra aqueles clipes do começo de carreira da Björk? Então, em "Sonhando Acordado", o Gondry revisita aquela estética quase-tosca no que podemos chamar de a primeira comédia romântica psicodélica. Valeu a pena esperar.

- "I'm A Cyborg, But that's OK" (Chan-wook Park, 2006) - Nota: 3,5
É visualmente belo, mas a história passada num sanatório sobre uma garota que ahca que é uma ciborgue não consegue chegar a lugar nenhum. Pretensão demais, competência de menos.

Próximos: "Shortbus" e "Garçonete"

terça-feira, 18 de setembro de 2007

1/2 mês, 2 semanas e 15 dias...de Cinema

O Festival de Cinema do Rio começa nessa próxima quinta (com o "Tropa de Elite", que eu não vi pirata e nem vejo no Festival) e meu roteiro é o seguinte:

21/09 - SEXTA
14h - "Sonhando Acordado": o semi-novo do Michael Gondry que estou esperando desde o Festival passado abre mina programação com expectativas lá no alto. Foi o único filme que eu tentei baixar na minha vida - e não deu certo.
16h45 - "I'm A Cyborg, But That's OK": é o diretor de "Old Boy", que eu não vi, mas todo mundo fala. O título é o máximo. Primeiro salto no escuro da minha programação.


21h30 - "Nome Próprio": filme protagonizado pela Leandra Leal (que também tem um blo bacana chamado Alice Me Persegue), uma das minhas atrizes preferidas da nova geração. É baseado num livro da Clara Averbuk que eu não li. (eu leio pouco mesmo)

22/09 - SÁBADO
16h30 - "The Waitress": filme que já vem sendo chamado de "Little Miss Sunshine 2" por vir do cinema independete americano com força para chegar nas premiações de Hollywood (Oscar, Glob de Ouro, sindicatos). Expectativa alta.

23/09 - DOMINGO
14h15 - "Onde Andará Dulce Veiga?": é muito mais pelo Caio Fernando Abreu (autor do livro) do que por qualquer outra coisa. A presença da Maitê Proença no elenco me deixou com um pouco de medo. Segundo salto no escuro.

25/09 - TERÇA
13h30 - "Annie Leibovitz: Vida Retratadas": documentário sobre a famosa fotógrafa, que tem uma penca de imagens clássica pra Rolling Stone gringa. É de graça.~Se for ruim (o que acho difícil), nem dá pra reclamar.

26/09 - QUARTA
20h - "Antiga Alegria": gostei da sinopse, e vi que tem o Will Oldham (conhecido musicalmente como Bonnie "Prince" Billy) no elenco. Terceiro salto no escuro.

27/09 - QUINTA
16h - "Cashback": outro com a sinopse interessante. Quarto salto no escuro.
21h15 - "A Via Láctea": dos brasileiros foi o que mais me interessou. É com o Marco Rica e com uma dessas novas atrizes bonitas da nova geração. Lembrando que o a seleção nacional ano passado me deu "Proibido Proibir" ano passado. É a aposta.

28/09 - SEXTA
12h - "Império dos Sonhos": novo do David Lynch. Ninguém sabe se vai ser exibido nas especificações que o maluco fez (e que gerou a falta de distribuidora nos EUA). Eu sei que não vou entender. E daí?
19h - "O Expresso Darjeeling": novo do Wes Anderson, com o irmão Wilson suicida, Andrien Brody e Jason Schwartzman e uma história bem maluca. E Bill Murray. E Angelica Houston.
24h - "Like A Virgin": estou vendo pra minha irmã poder ver também. Quarto salto no escuro.

29/09 - SÁBADO
14h - "Paranoid Park": acho o Gus Van Sant um puta cineasta, inclusive essa última fase dele, que chega ao terceiro filme (depois de "Elephant" e "Last Days") com este. Se o pessoal de Cannes fez até maracutaia pra premiar o filme é porque deve ser bom, né?
16h30 - "Em Paris": filme francês com boa sinopse. É c0om aquele ator novo bacana que fez sonhadores e me foge o nome. Quinto salto no escuro.

30/09 - DOMINGO
17h30 - "4 Meses, 3 Semanas e 2 Dias": grande vencedor de Cannes em 2007 e trocadilhado por mim no título do post (como eu sou sagaz!). Filmes do leste europeu e quaisquer cinematografias afins não costumam despertar meu interesse (apesar de eu ter visto um bom filme israelense final de semana passado), mas a Palma pesa nesse caso.

01/10 - SEGUNDA
16h30 - "Controle, a história de Ian Curtis": sem dúvidas o que eu mais esperava nesse Festival. Chance nula de ser uma merda. O título ficou brega, numa tentativa falha de ficar mais comercial (o brasileiro comum conhece o Ian Curtis?). O original ou até mesmo só "Controle" ficaria mais bacana.
21h30 - "Déficit": estréia do Gael Gárcia Bernal na direção, com música no Devendra Banhart na trilha. A sinopse é até interessante, mas tenho minhas ressalvas.

02/10 - TERÇA
16h - "Kurt Cobain: Retrato de uma Ausência": documentário sobre o Kurt feito a partir de sei lá quantas horas de entrevistas com o cara.

03/10 - QUARTA
19h15 - "O Búfalo da Noite": baseado num livro do Guillhermo Arriaga (autor dos roteiros dos filmes do Alejandro Iñarritú) e com uma atriz bonita que eu não conheço numas fotos que eu vi. Sexto salto no escuro.

04/10 - QUINTA
17h30 - "I'm Not There": o filme dos 6 Bobs Dylans.
24h - "A Era da Inocência": novo longa do Denys Arcand de "O Declínio do Império Americano" e de "As Invasões Bárbaras". Pela hora da sessão, fecha o festival.

A idéia é blogar a cada novo filme, com as minhas impressões, mas o tempo urge e nem sei se vai rolar.

Que o cinema salve nossas vidas...

quinta-feira, 13 de setembro de 2007

how i realise how i wanted time

A citação do título é do Joy Division, "24 Hours", uma das preferidas. Descreve bem o momento. Sem tem, sem tempo. Coelho da Alice total.

As últimas semanas tem sido lotadas de acontecimentos estranhos e eu devia falar sobre eles. Mas não. Tem muita coisa pela frente e eu realmente não posso ficar falando e pensando no que já foi, posso?

Muito trabalho, aulas em dois turnos diferentes, umas 10 matérias pra escrever (pra faculdade, pra ymsk, pra mim), uns 3 ou 4 trabalhos pra próximas semanas, várias coisa pendentes pro centro acadêmico, várias conversas pra ser ter, várias coisa pra pensar, várias coisas pra ouvir, várias coisas pra ler, três viagens agendadas (São João Del Rey, P4 e SP), alguns shows, o Festival do Rio chegando...

Sem tempo!

O que há de mais legal nessa história (se é que há) é que mesmo com tanta coisa mal resolvida, eu não consigo nem começar a pensar nisso. E, de certa forma, é bem melhor não pensar. Por enquanto.

Por exemplo, esse post acaba aqui. E deve ter uns mil erros ortográficos porque foi digitado na pressa. Tem um show do Vanguart aqui no Rio e ele tem que virar matéria pra amanhã. To correndo.

domingo, 2 de setembro de 2007

what was i thinking when i said it didn't hurt?



Concorde comigo: Jeff Twedy tem uma música para qualquer situação da sua vida.

Eu ainda consigo dizer alguma coisa que provoque uma reação. Qualquer reação.

Granada de mão? Agora?