sábado, 6 de outubro de 2007

o Festival do Rio, o incêndio, o Radiohead e o resto

Eu tenho dormido muito mal. Daí vem o mal humor, a preguiça, a falta de saco, etc. E isso não tem nada a ver com o resto do mundo. Só que dá para as coisas acontecerem de uma maneira racional, por exemplo, cada coisa de uma vez?

Enfim...

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O Festival do Rio acabou e o saldo foi bom, mas acho que um pouco inferior ao ano passado. Estava mais vazio, a seleção de filmes brasileiros estava menos quentes e quase toda atenção ficou com o "Tropa de Elite", que eu não vi. (E já estreou. E estou com preguiça de ir até o cinema). Tiveram grandes filmes ("Control" e "Sonhando Acordado", principalmente), claro, mas acho que faltou uma grande surpresa, como foi o "Proibido Proibir" ano passado. Uma penca de filmes eu não vi por que vão para o circuitão e vários outros por que a preguiça me impediu ("Paranoid Park", "Kurt Cobain: Retrato de Uma Ausência", "Déficit" e "A Era da Inocência"). De qualquer forma seguem as últimas mini-resenhas e a lista final. Eu ia tirar uma foto bacana com todas as entradas. Não tirei.

- "4 Meses, 3 Semanas e 2 Dias" (Cristian Mungiu, 2007) - Nota: 8,5
É muito triste e muito forte. Mungiu levou a Palma de Ouro exatamente por conseguir extrair grande beleza desse mundo cão. Bela e inusitada fotografia.

- "Controle, A História de Ian Curtis" (Anton Corbjin, 2007) - Nota: 10,0
É tão maravilhoso quanto se espera. Não vale falar que é uma ótima história. É impressionante ver o quanto da fotografia Corbjin trouxe para o cinema, às vezes parece que o filme ~soa fotos em movimento de tão impactantes que são. Não tinha como dar erado e não deu.

- "O Búfalo Da Noite" (Jorge Hernandez Aldana, 2007) - Nota: 3,0
É um daqueles filmes que você sabe que alguém errou, mas não dá para precisar exatamente quem. O roteiro é confuso, vai e volta no tempo, se perde em tentar fazer o espectador acreditar que o filme é sobre outra coisa que não sobre a loucura. A direção também se perde na tentativa de fazer o do filme um thirller, um filme de terror, de suspense, para no final o filme não ser nada mais do que um romance poético. Difícil aceitar um filme cujo ponto forte é a trilha do Mars Volta.

- "I'm Not There" (Todd Haynes, 2007) - Nota: 9,0
É o filme-biografia mais interessante formalmente que você vai ver em muito tempo. Todd Haynes estilhaça Dylan em 6 personas diferentes para fazer disso uma grande investigação do mito, e não da pessoa. Não é um filme sobre Robert Allen Zimmerman (para isso, veja o "No Direction Home" do Scorcese), é sobre Dylan, ou melhor, é sobre a mania da cultura pop de construir seus próprios ídolos.

FESTIVAL DO RIO 2007 - Lista Final
1) "Controle, a História de Ian Curtis" (Anton Corbjin, 2007) - 10,0
2) "Sonhando Acordado" (Michel Gondry, 2006) - 10,0
3) "O Expresso Darjeeing" (Wes Anderson, 2007) - 9,5
4) "I'm Not There" (Todd Haynes, 2007) - 9,0
5) "A Via Láctea" (Lina Chamie, 2007) - 9,0
6) "4 Meses, 3 Semanas e 2 Dias" (Cristian Mungiu, 2007) - 8,5
7) "Annie Leibovitz: Vidas Retratadas" (Barbara Leibovitz, 2007) - 8,5
8) "Império dos Sonhos" (David Lynch, 2007) - 8,0
9) "Cashback" (Sean Willis, 2006) - 8,0
10) "Shortbus" (John Cameron Mitchell, 2006) - 7,5
11) "Antiga Alegria" (Kelly Reichardt, 2006) - 6,5
12) "Em Paris" (Christophe Honoré, 2006) - 4,5
13) "I'm A Cyborg, But That's OK" (Chan-wook Park, 2006) - 3,5
14) "O Búfalo da Noite" (Jorge Hernandez Aldana, 2007) - Nota: 3,0
15) "Garçonete" (Adrienne Shelly, 2007) - Nota: 1,0
16) "Onde Andará Dulce Veiga?" (Guilherme de Almeida Prado, 2007) - Nota: zero

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A UERJ pegou fogo. É, fogo. Com direito a bombeiros, plantão na Globo e vários fotos que parecem vindas do Iraque. Segundo o reitor e o diretor do minha faculdade, a situação está normalizada, depois de uma semana. As aulas voltam segunda. Detalhe: o laudo final só sai em 30 dias. Ou seja, a idéia é arriscarmos nossas vidas durante um mês, saca?

Justo agora que as coisas pareciam estar no caminho certo.

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Além disso tem o disco do Radiohead. Eu fico feliz de ter feito uma das primeiras matérias (a primeira?) do Brasil sobre o disco, tipo dez horas da noite de domingo passado. Fiquei muito empolgado com toda história do "quer pagar quanto?" e isso de certa forma foi a causa da minha decepção. A reação ficou muito aquém do esperado, tanto do público comum, quanto do especializado. Parece que todo mundo ficou "ah, o Radiohead vai lançar um novo disco. ok, sigamos com nossas vidas".

Ninguém está se ligando ao fato de que a banda mais importante do mundo acaba de se por forada maneira que a música pop é comercializada desde de seu início. Para o Radiohead, não há mais gravadoras. E é você quem decide quanto vale a música deles. A indústria fonográfica acabou, e quem está dizendo isso é só o Radiohead.

E, oras, é o disco novo do Radiohead.

By the way, eu não paguei nada pelo disco. Queria a tal da DISCBOX, mas esse mês a grana está curta.

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Planeta Terra dia 10 de novembro, LCD Soundsystem e The Field no dia 13.

Partiu São Paulo. Quase confirmadão.

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Essa opinião é da minha mãe, e nos últimos dias tenho concordado com ela: preciso cuidar mais de mim.

Não é?
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"Gotta find my destiny, before it gets too late."

("24 Hours", Joy Division)

2 comentários:

Denis Pacheco disse...

pq será q as pessoas não deram mta bola pro cd do radiohead?

Talvez pelo susto: vamos lançar em 10 dias! (geralmente o mkt pede uma campanha de antecipaçao, e com eles não vai rolar isso, com eles foi um: vcs não precisam esperar nada)

E isso, q deveria ser algo positivo, acabou mostrando q a sociedade contemporânea prefere o buzz da antecipaçao...

Fora que... o último cd não decolou, e ngn espera que esse seja o novo Ok Computer...

Lidiana de Moraes disse...

A banda mais importante do mundo??? A bit over the top isn't it?